Darlene Hayes no Reino dos Celtas

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Darlene Hayes no Reino dos Celtas

Darlene Hayes no Reino dos Celtas

 

CAROS GUERREIROS, DA CALIFÓRNIA, A GRANDE MRS. DARLENE HAYES!

A Sidraria Gastronómica Celta Endovélico recebeu a maior especialista do mundo em maçãs e sidras, a norte-americana Darlene Hayes, formadora e investigadora,  colaboradora da American Cider Asssociation, autora de diversos livros e artigos, responsável pelo blog Allintocider e uma das raras Pommeliers do mundo.

Depois de muito ouvir falar e ler artigos e livros da famosa Darlene Hayes, tivemos, finalmente, a oportunidade de a conhecer pessoalmente no NICA International Cider Awards 2023, em Riga, Letónia.

Simpática, disponível e extremamente curiosa, a enorme sabedoria da Darlene foi partilhada de uma forma tão natural e despretensiosa, que nos permitiu, facilmente, trocar algumas impressões sobre a sidra artesanal portuguesa.

Uma das características que mais apreciamos na comunidade internacional sidreira é a ligação e a partilha entre os vários agentes intervenientes no processo, essa espécie de irmandade constituída por produtores, estudiosos e vendedores, selada por um amor genuíno à sidra verdadeira.

Ora, nada nos poderia dar mais prazer do que a mensagem da Darlene a informar que nos iria visitar. E foi assim que preparámos um programa à volta da Sidra Artesanal Portuguesa.

Dia 1

A Visita

Depois de degustarmos os famosos rojões e o sarrabulho típicos da zona, visitámos o pomar da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, acompanhados da Emanuelle Dalla Costa produtora, juntamente com o marido Miguel Viseu, da fantástica e já internacionalmente reconhecida Sidra Nua e do Professor Raúl Rodrigues, a sumidade nacional por excelência, no que toca a estudos sobre variedades portuguesas de maçãs, pomares e terroir.

Estava um belo dia de Março, já a cheirar a Primavera. Por entre podas de macieiras, o Professor Raúl Rodrigues foi explicando técnicas, apresentando variedades e características de maçãs autóctones (algumas, verdadeiras preciosidades que só naquele pomar existem) e contando lendas Celtas e histórias cristãs associadas à maçã.

Tempo, ainda, para provarmos algumas excelentes sidras e vinhos naturais da Nua antes de regressarmos ao Porto.

Dia 2

A Tertúlia e as Provas

O fim de tarde na Sidraria Gastronómica Celta Endovélico foi um momento longo, acolhedor e espontâneo de partilha de experiências, prova de sidras e aprendizagem num ambiente informal cheio de boas energias. Com a forte mais-valia das sábias e altamente experientes opiniões e sugestões da Darlene Hayes.

A Pujança da Sidra Artesanal Portuguesa

Recebermos a nata dos produtores nacionais que marcam a diferença pela qualidade das suas sidras e pelos esforços de preservação do património sidreiro português.

A Ilha da Madeira é a mais antiga região de produção de sidra de Portugal. Registos demonstram que há cerca de 400 anos iniciou-se a produção de sidra na ilha, com variedades de maçãs locais e, provavelmente, com a introdução posterior de variedades inglesas.

A Sidra da Madeira, tendo obtido recentemente a classificação IGP, revela um perfil muito próprio num registo gustativo entre a sidra inglesa e a asturiana. Entretanto, mantendo as marcas tradicionais, foram surgindo novos criadores que lançaram no mercado produtos inovadores. Mais tradicional ou mais vocacionada para a nova expressão, a Sidra da Madeira mantém critérios de alta qualidade.

Do clima tropical da Madeira para o nubloso Porto marcaram presença três produtores de referência no panorama português, já premiados em concursos internacionais como o Salão Internacional de Sidras de Gala de Gigón, Astúrias (SISGA) e o Nordic International Cider Awards, Letónia (NICA).

The Drunken Pharmacist (produtor Luís Mendonça) inventivo e ousado, traz vivacidade ao mercado da sidra com um produto fresco que plasma toda a expressão da maçã, elegância e equilíbrio entre acidez e taninos.

Casa do Pomar (produtor Hélder Fernandes) uma sidra mais ajustada à tipificação tradicional da ilha, leve e suculenta, com uma expressão de acidez muito interessante que nos permite a sua degustação só ou acompanhada de petiscos.

Sidra do Massa (produtor Maciel), perfil tradicional da ilha, bold e tânica, redonda na boca. De forte personalidade é uma sidra altamente gastronómica e ideal para acompanhar um bom prato.

De Ponte de Lima veio a internacionalmente famosa Sidra Nua (produtores Miguel Viseu e Emanuelle Dalla), a única marca portuguesa a exportar para os EUA. Detentora de várias prémios internacionais, são sidras delicadamente elaboradas, frescas, complexas e longas na boca, em três variedades: híbrida (skintouch), N.1 e N.2,, todas feitas com maçãs da região do Minho.

A Sidra Faca nos Dentes, de Paredes de Coura, é uma das mais internacionais sidras portuguesas. O produtor Pedro Paiva assume-se como um purista, recolectando maçãs portuguesas de variedades esquecidas e algumas em risco de desaparecimento. As suas sidras, Omnia 1, Omnia 2, Rural e colaborações especiais como a Minho-Miño, são encorpadas, gastronómicas, complexas e, claramente, idiossincráticas.

A Sidra Juicy (produtor Francisco), sem esquecer a vertente tradicional, também ousa em terrenos mais arriscados, como a mais recente, belíssima e original sidra com maçã, mel e marmelo.

Com o lançamento da marca previsto para breve, a Sidra Norris da Figueira da Foz (produtor Nuno Norinho) impressiona pelo carácter forte que incute à sua essência. Também um purista da sidra e tendo como grande inspiração o famoso Tom Oliver, é uma sidra cheia de carácter que, seguramente conquistará o palato de muitos amantes desta bebida.

Para além dos produtores, esta prova-tertúlia contou com a presença do Octávio Costa, um dos grandes impulsionadores da sidra artesanal em Portugal e organizador do único festival de sidras em território nacional, o Sidrama, em Ponte de Lima que conta já com duas edições de sucesso.

Clientes-amigos, amantes desta extraordinária bebida, alegraram as hostes com a sua presença e partilha de sensações e preferências (um abraço especial ao Fernando Mouta, ao Marco J. e ao Antão).

E foi no cenário da Alma Celta que nos deliciámos a ouvir a Darlene Hayes, com o seu extenso rol de conhecimentos técnicos, conselhos de uma experiência vívida e uma sede de mais conhecimento verdadeiramente impressionante. As conversas a deslizar espontaneamente da boca das pessoas, os olhos a brilharem não só pelo reflexo das velas e do néctar que descia pelas gargantas, mas sobretudo pelo entusiasmo e fascínio da partilha e da aprendizagem.

Pisando, tantas vezes, os terrenos pantanosos com que os tempos difíceis que vivemos nos brindam, os guerreiros da Sidraria Gastronómica Celta Endovélico encontram sempre motivos para um sorriso rasgado, um ânimo extra e uma satisfação ímpar por sermos um local de culto para a Sidra Verdadeira, honrados com a presença genuína da extraordinária pessoa e profissional que é a Darlene  Hayes e verdadeiramente felizes pela presença de produtores focados, criativos e altamente empenhados em dar a conhecer ao mundo a maravilhosa Sidra Artesanal Portuguesa.

Que a sabedoria da maçã nos continue a guiar a todos e que a Felllowship of the Cider seja a nossa casa comum.

Obrigado, amigos!

Ate já, Darlene!

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DEAR WARRIORS, FROM CALIFORNIA, THE GREAT MRS.DARLENE HAYES!

 

Gastronomic Cider House Celta Endovélico welcomed the world’s greatest specialist in apples and ciders, the North American Darlene Hayes, trainer and researcher, collaborator of the American Cider Asssociation, author of several books and articles, responsible for the blog Allintocider and one of the rare Pommeliers in the world.

After hearing a lot about and reading articles and books by the famous Darlene Hayes, we finally had the opportunity to meet her in person at the NICA International Cider Awards 2023, in Riga, Latvia.

Friendly, available and extremely curious, Darlene’s enormous wisdom was shared in such a natural and unpretentious way, which allowed us to easily exchange some impressions about portuguese craft cider.

One of the characteristics that we most appreciate in the international cider community is the connection and sharing between the various agents involved in the process, this kind of brotherhood made up of producers, scholars and sellers, sealed by a genuine love for real cider.

Well, nothing could give us more pleasure than Darlene’s message informing us that she was going to visit us.  And so, we prepared a program around Portuguese Craft Cider.

Day 1

The Visit

After tasting the famous rojões and sarrabulho typical food of the area, we visited the orchard of the Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, together with Emanuelle Dalla Costa, producer, together with her husband Miguel Viseu, of the fantastic and already internationally recognized Sidra Nua and Professor Raúl Rodrigues, the national leader par excellence, when it comes to studies on Portuguese apple varieties, orchards and terroir.

It was a beautiful day in March, already smelling of Spring. In between pruning apple trees, Professor Raúl Rodrigues explained techniques, presenting varieties and characteristics of native apples (some, true gems that only exist in that orchard) and telling Celtic and Christian stories associated with the apple.

There was still time to taste some excellent ciders and natural wines from Nua before returning to Porto.

Day 2

The Gathering and the Cider Tastings

The late afternoon at Gastronomic Cider House Celta Endovélico was a long, welcoming and spontaneous moment of sharing experiences, tasting ciders and learning in an informal environment full of good energy.  With the strong added value of Darlene Hayes’ wise and highly experienced opinions and suggestions.

The Strength of Portuguese Craft Cider

We welcomed the crème de la crème of the national producers who make the difference through the quality of their ciders and their efforts to preserve the Portuguese cider heritage.

Madeira Island is the oldest cider production region in Portugal.  Records show that cider production began on the island around 400 years ago, with local apple varieties and, probably, with the later introduction of  English varieties.

Madeira Cider, having recently obtained the PGI classification, reveals a very unique profile in a gustatory register between English and Asturian cider.  However, while maintaining traditional brands, new creators emerged and launched innovative products onto the market.  More traditional or more focused on new expression, Madeira Cider maintains high quality criteria.

From the tropical climate of Madeira to the cloudy Porto, three reference producers on the Portuguese scene were present, already awarded in international competitions such as the International Hall of Gala Ciders, Gigón, Asturias (SISGA) and the Nordic International Cider Awards, Latvia (NICA).

The Drunken Pharmacist (producer Luís Mendonça), inventive and daring, brings vivacity to the cider market with a fresh product that captures the full expression of the apple, elegance and balance between acidity and tannins.

Casa do Pomar (producer Hélder Fernandes) a cider more in line with the traditional typification of the island, light and juicy, with a very interesting expression of acidity that allows us to taste it alone or with tapas.

Sidra do Massa (producer Maciel), traditional island profile, bold and tannic, round in the mouth.  With a strong personality, it is a highly gastronomic cider and ideal to paring with a good dish.

From Ponte de Lima came the internationally famous Sidra Nua (producers Miguel Viseu and Emanuelle Dalla), the only portuguese brand to export to the USA.  Winner of several international awards, these ciders are delicately crafted, fresh, complex and long in the mouth, in three varieties: hybrid (skintouch), N.1 and N.2, all made with apples from the Minho region.

Sidra Faca nos Dentes, from Paredes de Coura, is one of the most international portuguese ciders.  Producer Pedro Paiva considers himself a purist, collecting Portuguese apples from forgotten varieties and some at risk of disappearing.  His ciders, Omnia 1, Omnia 2, Rural and special collaborations such as Minho-Miño, are full-bodied, gastronomic, complex and, clearly, idiosyncratic.

Sidra Juicy (producer Francisco), without forgetting the traditional aspect, also dares into more risky areas, such as the most recent, beautiful and original cider with apple, honey and quince.

With the launch of the brand expected soon, Sidra Norris from Figueira da Foz (producer Nuno Norinho) impresses with the strong character it instills in its essence.  Also a cider purist and having the famous Tom Oliver as a great inspiration, it is a cider full of character that will certainly win over the palate of many lovers of this drink.

In addition to the producers, this gathering was attended by Octávio Costa, one of the great promoters of craft cider in Portugal and organizer of the only cider festival in the country, Sidrama, in Ponte de Lima, which has already had two successful editions.

Customer-friends, lovers of this extraordinary drink, cheered with their presence and sharing of sensations and preferences (a special hug to Fernando Mouta, Marco J. and Antão).

And it was in the setting of Celtic Soul that we enjoyed listening to Darlene Hayes, with her extensive list of technical knowledge, advice from vivid experience and a truly impressive thirst for more knowledge.  Conversations spontaneously flowing from people’s mouths, their eyes shining not only from the reflection of the candles and the nectar that went down their throats, but above all from the enthusiasm and fascination of sharing and learning.

So often treading  by the difficult times we live, the warriors of the Gastronomic Cider House Celta Endovélico always find reasons for a big smile, extra encouragement and a unique satisfaction for being a place of worship for True Cider, honored by the genuine presence of the extraordinary person and professional that is Darlene Hayes and truly happy by the presence of focused, creative producers who are highly committed to making wonderful Portuguese Craft Cider known to the world.

May the wisdom of the apple continue to guide us all and may the Fellowship of the Cider be our common home.

Thank you, friends!

See you soon, Darlene!

 

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